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sexta-feira, 30 de julho de 2010

Orgulho.

O mais bravo guerreiro da tribo estava com o seu orgulho ferido. Ele havia enfrentado bravos e ferozes dragões nos montes Escoceses, uma tribo inteira de ogros no Himalaia, inúmeros reis malvados, e todos outros malfeitores pelo mundo, e havia se saído bem com todos. Mas ele não sabia como enfrentar a mentira, como enfrentar a mulher amada que ele havia deixado em sua tribo, com a promessa de voltar vivo, e ser fiel a ela, sendo que ele havia traído ela durante sua ultima viagem.
Ele decidiu voltar pelo caminho mais longo, assim, teria mais tempo para pensar. Ele andou, andou e andou, faltava apenas mais um dia de caminhada até chegar a sua tribo, e ele não decidiu o que iria fazer. O sol já estava se pondo, ele estava no ponto mais alto de uma montanha, coberta com um “tapete” de grama, cheia de pedras e galhos secos. O lugar era lindo, e estava perto dos céus, então ele decidiu passar a noite ali, pensando no que ia fazer.
Escolheu uma pedra qualquer, sentou nela, e começou a pensar em tudo que havia feito enquanto observava o lindo por do sol. Ele pensou durante muito tempo, sabia que o que havia feito era errado, ele havia desonrado o compromisso que tinha com a sua amada, mas ele também estava cansado, a distância atrapalhava muito a relação deles, por ser o guerreiro mais nobre da vila, estava sempre sendo requisitado por seu mestre para acabar com as pestes do mundo.
Tudo que ele queria, era ver ela feliz, e contar que havia traído ela, iria partir o coração de sua pobre noiva, mas, contar uma mentira para ela ia contra todos os princípios e ensinamentos que ele havia aprendido. Depois de muito pensar, ele decidiu que não iria contar, afinal, ele havia prometido proteger ela a qualquer para sempre, a qualquer custo.
Quando o bravo se deu conta, já estava de noite. Com uma decisão tomada, ele tirou seu saco de dormir das costas, e dormiu até o dia seguinte.
Ao acordar, procurou algumas frutas para comer, e partiu sua jornada em rumo a sua tribo. Ao chegar lá, foi aclamado por todos, que o receberam com uma grande festa, sua amada, só conseguia chorar e sorrir, por ter o seu homem com ela.
Depois de muito festejarem, todos foram dormir exaustos, mas a voz da consciência do bravo guerreiro avisava que ele estava mentindo, e que isso era errado, ele não estava protegendo, mas sim enganando ela, transformando o relacionamento deles em uma mentira. Mesmo assim, ele ignorava essa voz, afinal, havia prometido proteger ela, acima de tudo.
Na manha seguinte, todos estavam fazendo suas tarefas, quando um bando de assassinos da tribo rival invadiu a tribo, começando assim, uma batalha. Todos os homens lutaram, enquanto suas mulheres, crianças e idosos se escondiam.
A tribo do nobre guerreiro massacrou a tribo invasora, e tudo seria perfeito, se um arqueiro da tribo invasora não tivesse atirado uma flecha contra a esposa do nobre guerreiro. Ele ao ver entrou na frente, e acabou tomando uma flechada no coração, ele caiu nos braços de sua amada, que se entregou aos prantos ao ver o seu guerreiro naquele estado. Não havia muito o que ser feito, todos velavam o corpo do bravo guerreiro, que tentava resistir a morte. Os mais velhos, rezavam, pedindo aos deuses a proteção, os mais novos, ficaram ao seu lado, e sua amada, segurava sua mão.
A dor estava muito forte, ele sabia que não iria resistir, então, olhou para sua amada e disse: ”Eu cumpri minha promessa, eu te protegi de tudo” e sorriu.
Ela começou a chorar mais, ele a olhou pela ultima vez, fechou seus olhos, e enquanto dava seu ultimo suspiro ele disse que a amava.
Naquela tarde, a tribo havia perdido o seu melhor guerreiro, uma mulher havia perdido o seu amado, e um homem havia morrido para cumprir sua promessa, podendo assim, trilhar seu caminho para o céu, em busca de sua redenção.

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